Consultorias do Congresso divulgam nota detalhando vetos de Lula ao Orçamento

Vetos atingiram emendas apresentadas por comissões da Câmara e do Senado; veja quem teve mais recursos vetadosCompartilheVersão para impressão

Antônio Cruz/Agência Brasil

Prédio do Congresso Nacional

Oito comissões permanentes da Câmara tiveram todas suas emendas vetadas

As consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado divulgaram uma nota conjunta detalhando os vetosdo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei Orçamentária (LOA) de 2024, sancionada na semana passada.

Os vetos atingiram emendas incluídas por comissões da Câmara, Senado e do Congresso, no montante de R$ 5,6 bilhões. O valor seria direcionado para ações nos ministérios, como Cidades e Turismo. O total vetado equivale a 33,5% do total das emendas propostas pelas comissões (R$ 16,6 bilhões).

Oito comissões permanentes da Câmara tiveram todas suas emendas vetadas, entre elas as comissões de Turismo (veto de R$ 950 milhões), Minas e Energia (R$ 237,5 milhões) e de Trabalho (R$ 137,5 milhões). No entanto, a comissão que mais perdeu foi a de Desenvolvimento Urbano: o veto de R$ 1,38 bilhão deixou para a comissão apenas R$ 20 milhões do total de R$ 1,4 bilhão aprovado pelo Congresso.

Somente quatro comissões não tiveram nenhuma emenda vetada pelo Poder Executivo: Saúde (R$ 4,5 bilhões em emendas), Educação R$ 180 milhões, Amazônia (R$ 9 milhões) e Cultura (R$ 7,9 milhões).

  • Confira na tabela abaixo os cortes detalhados por comissão

https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/tabelas-2024/emendas-vetadas.html

Futuro dos vetos
Lula alegou que os vetos buscaram recompor o orçamento de programas importantes para o governo, que tiveram parte de seus valores originais redirecionados pelo Congresso para as emendas.

Os vetos serão analisados agora em sessão conjunta pelos deputados e senadores, que podem derrubá-los, restaurando assim os valores apresentados pelas comissões. O Congresso retoma as atividades na próxima semana, após o recesso constitucional de fim de ano.

Autorização do Congresso
As consultorias da Câmara e do Senado avaliam que, mesmo que os deputados e senadores não derrubem os vetos, o governo vai precisar de autorização legislativa para direcionar os R$ 5,6 bilhões para áreas de seu interesse.

Isso deverá ser feito por meio de projeto de crédito adicional, enviado à Comissão Mista de Orçamento.

Da Reportagem – ND

Fonte: Agência Câmara de Notícias


Arthur Lira cita reforma administrativa e pauta verde como prioridades de 2024

Presidente da Câmara também incluiu na lista a regulamentação da reforma tributária e proposta sobre a inteligência artificialCompartilheVersão para impressão

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Destinada a inaugurar a 2ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª. Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira

Lira defendeu o poder de emendas dos deputados ao Orçamento

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o ano de 2024 se inicia com muito otimismo e responsabilidade. Na cerimônia de abertura do ano legislativo, realizada nesta segunda-feira (5), Lira disse que os deputados continuarão a trabalhar com foco e determinação para entregar leis de interesse do País a despeito das eleições municipais e outras especulações.

“Erra grosseiramente qualquer um que aposte numa suposta inércia desta Câmara dos Deputados neste ano de 2024, seja por causa das eleições municipais que se avizinham, seja ainda em razão de especulações sobre eleições para a próxima Mesa Diretora. Erra ainda mais quem apostar na omissão desta Casa que tanto serve e serviu ao Brasil em razão de uma suposta disputa política entre a Câmara dos Deputados e o Executivo”, enfatizou.

Lira defendeu, no entanto, o poder de emendas dos deputados ao Orçamento e às propostas de autoria do Executivo. “Não fomos eleitos para sermos carimbadores”, disse. Ele destacou que os deputados têm o conhecimento das necessidades diárias da população, ao contrário dos técnicos do governo.

“O Orçamento é de todos os brasileiros e brasileiras, não é e nem pode ser de autoria exclusiva do Poder Executivo e muito menos de uma burocracia técnica que, apesar do seu preparo, não foi eleita para escolher as prioridades da Nação e não gasta a sola do sapato percorrendo os pequenos municípios brasileiros como nós parlamentares”, disse.

Temas prioritários
As prioridades de 2024, de acordo com Lira, serão regulamentar a reforma tributária, retomar a discussão da reforma administrativa, aprovar a pauta verde e regulamentar a inteligência artificial. “Vamos fazer o nosso papel de legislar e aprovar todas as matérias que forem de interesse do Brasil e dos brasileiros”, afirmou.

Lira disse ainda que a regulamentação é a próxima etapa, após a votação da reforma tributária de 2023. Sobre a pauta verde, ele afirmou que ela tem o objetivo de consolidar a participação do Brasil na COP-30, a conferência do clima que será realizada em Belém (PA) em 2025. Já a regulamentação da inteligência artificial busca evitar distorções que comprometam a democracia.

Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Destinada a inaugurar a 2ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª.

Lira (E) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (D), chegam para a abertura do ano legislativo

A reforma administrativa, segundo Lira, será discutida pelos líderes e só irá à votação após consenso entre os partidos. “Trata-se de uma proposta que mantém as conquistas, mas que, acima de tudo, busca eficiência e uma melhor prestação de serviço à população”, apontou.

Consenso
Lira destacou que continuará buscando consensos nas votações da Câmara e criticou a polarização política. “Tenho esperança de que nossa condução participativa, respeitosa, compreendendo as diferenças e buscando pontos de união se reflita em nossas ruas e locais de trabalho”, disse.

O desafio, segundo ele, é seguir avançando sem acirrar polarizações, com respeito e numa construção interna positiva.

Balanço
Lira afirmou que, em 2023, foram mais de mil horas de trabalho no Plenário da Câmara, com a realização de 293 sessões e com a aprovação de 137 projetos de lei. Ele garantiu que o ritmo será mantido em 2024.

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Destinada a inaugurar a 2ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª.

Sessão solene de abertura do ano legislativo nesta segunda-feira

Arthur Lira destacou o papel democrático da Câmara dos Deputados após o resultado das urnas e também a aprovação de propostas que garantiram a pauta social e econômica.

“A Câmara dos Deputados não deixou de dar sua contribuição para o Brasil no ano passado: discutiu e alterou matérias essenciais para o desenvolvimento econômico e social da Nação”, disse.

Na visão de Lira, a aprovação da reforma tributária foi um marco da Câmara em 2023. “É uma das mais expressivas vitórias e uma indiscutível evolução pretendida há mais de 40 anos. Um passo gigantesco para a criação de um ambiente de negócios mais amigável, seguro, moderno e que simplificará a vida dos contribuintes”, afirmou.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Ana Chalub

Fonte: Agência Câmara de Notícias


Pacheco defende fortalecimento do Legislativo e foco em temas sociais e econômicos

Ao discursar na abertura do ano legislativo nesta segunda-feira (5), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, defendeu a independência dos Poderes e a importância do Legislativo para a democracia. Para Pacheco, temas como as políticas sociais e econômicas estarão entre as prioridades legislativas para o ano de 2024. Ele afirmou que a reforma eleitoral, a regulamentação da reforma tributária, a redução da miséria e da fome, além do foco nas questões de saúde, educação e segurança pública, estarão entre os principais assuntos do Legislativo neste ano.  

O presidente defendeu a liberdade como um pilar da democracia, citando a liberdade de consciência, de religião, de imprensa e de expressão. Pacheco ressaltou, no entanto, que é preciso responsabilidade no exercício da liberdade. Segundo ele, o Congresso Nacional enfrentou, desde sua criação, uma série de desafios que colocaram à prova sua própria existência e a democracia brasileira. Assim, frisou, faz-se necessário o fortalecimento da autonomia parlamentar.  

— O Congresso é o principal bastião da democracia brasileira. É o mais democrático dos poderes, pois o controle externo exercido pela sociedade sobre o Legislativo se manifesta decisivo a cada eleição — declarou.  

Conforme informou Pacheco, o Congresso vai trabalhar para aprimorar a maneira como atuam os Poderes da República, inclusive os Poderes Executivo e Judiciário, “sempre prezando pelo diálogo e pelo respeito mútuo, algo essencial para garantir mais segurança jurídica e, consequentemente, o progresso socioeconômico nacional”. Ele disse que é dever do Congresso manter uma postura de equilíbrio e imparcialidade, pois o compromisso dos senadores e deputados deve transcender “as fronteiras partidárias e ideológicas”, dado que representam “toda a nação”.

— Somente a atuação colaborativa, transparente e harmônica de cada um dos Poderes, nas três esferas de governo, é capaz de proporcionar que os governantes efetivem as políticas públicas necessárias ao desenvolvimento da nação e de cada indivíduo — afirmou Pacheco.

Desafios

De acordo com Pacheco, o Congresso saberá lidar com os novos desafios trazidos pela “marcha ininterrupta da evolução da sociedade”. Ele citou demandas por inclusão social mais efetiva e por mais participação popular nas decisões políticas. O Congresso também vai debater a reforma eleitoral, incluindo o fim da reeleição, a discussão sobre os tipos de financiamento e a coincidência de mandatos. A limitação das decisões monocráticas e o mandato de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) serão igualmente discutidos pelos parlamentares, segundo Pacheco.

A regulamentação da reforma tributária, regras sobre o uso das redes sociais, a desburocratização do estado brasileiro, a adoção de finanças sustentáveis, o combate ao privilégio e a defesa do gasto público de qualidade foram outros temas apontados por Pacheco como prioridades para o Congresso Nacional. Ele ainda indicou o projeto que trata a inteligência artificial (PL 2.338/2023), a transição energética e a pauta ambiental como objetos de debate dentro do Legislativo.

— Precisamos explorar a singular oportunidade que o Brasil tem de se tornar uma potência mundial na transição energética e na economia verde. Pretendemos assim, iniciar um novo ciclo de desenvolvimento industrial no país, para permitir que o Brasil se torne uma potência mundial — registrou o presidente.

Quanto à segurança pública, ele disse que haverá debates sobre o crescimento da violência, tanto no campo como nas cidades. O Senado pretende colaborar com as reflexões e deliberações sobre penas modernas e eficientes, com o intuito de reduzir os índices de violência no país, mas reiterou o compromisso com a pauta socioeconômica para 2024:

— O pressuposto do desenvolvimento social e humano é o desenvolvimento econômico.

Mensagens

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, trouxe a mensagem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que foi lida pelo 1º secretário da Mesa, deputado Luciano Bivar (União-PE). Lula elogiou a atuação das instituições e a postura dos Três Poderes na defesa da democracia. O presidente destacou a produção legislativa do Congresso Nacional e pediu união e diálogo em torno dos principais desafios do país. Na mensagem, ele mencionou as políticas sociais, a transição ambiental, ações de infraestrutura e uma nova política industrial.

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, leu a mensagem do Poder Judiciário. O magistrado definiu o Congresso como “templo da democracia” e disse que nada é mais democrático do que o correto funcionamento dos Três Poderes. Ao fazer um relato das realizações do Judiciário ao longo do ano de 2023, o ministro citou a simplificação dos concursos de juiz e a busca pelo aumento da eficiência da Justiça, com foco na execução fiscal e nas ações previdenciárias:

— Nossa busca é por um Judiciário eficiente, acessível e sustentável, atendendo melhor a sociedade brasileira.

Em seu discurso, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse que é com otimismo e responsabilidade que vê o início do ano legislativo de 2024. Ele destacou a diversidade política e regional da Câmara e pontuou medidas sociais aprovadas pelos deputados, como os programas Bolsa Família e Mais Médicos. Para Lira, a aprovação de pautas econômicas, como a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, representa um “passo gigantesco para um ambiente de negócios mais simples e moderno”. Ele ainda apontou temas como a reforma administrativa, a pauta ambiental e as políticas sociais entre as prioridades para este novo ano legislativo.

— Não nos furtamos ao dever constitucional de garantir a governabilidade do país. Vamos aprovar sempre o que for importante para o Brasil e para os brasileiros. Temos pressa em crescer — declarou Lira, que também garantiu não haver disputa entre a Câmara e o Executivo.  

Prioridades

Temas como o fortalecimento do Congresso e a regulamentação da reforma tributária foram apontados pelos senadores como prioridade na pauta legislativa para 2024. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), destacou na agenda do governo a reorganização do Orçamento para a nova realidade de reconstrução nacional. Alguns desses ajustes foram apresentados por meio de vetos que terão de ser analisados pelo Congresso. O líder informou ainda que o governo deve enviar ao Congresso um novo texto para tratar da desoneração da folha de pagamentos de vários setores.

Já o senador Laércio Oliveira (PP-SE) defendeu a desoneração da folha para todos os setores, que foi objeto de uma emenda apresentada por ele durante a tramitação da reforma tributária. Para o senador, é preciso aprovar projetos complementares que aprofundem questões ligadas à reforma ainda não resolvidas. O senador Efraim Filho (União-PB), lamentou o que chamou de “ruído” entre o Congresso e o Executivo, no caso da oneração da folha de pagamento. Ele defendeu a independência do Parlamento e a harmonia entre os Poderes. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) pediu atenção com a pauta da saúde, citando o grande número de casos de dengue.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, os ex-senadores Eunicio Oliveira e Edison Lobão, além de ministros militares e diplomatas, acompanharam a cerimônia.

O Senado e a Câmara dos Deputados se reuniram em sessão solene conjunta para inaugurar a 2ª Sessão Legislativa Ordinária da 57ª Legislatura. A solenidade marca a retomada dos trabalhos do Poder Legislativo após o recesso parlamentar. 

O rito de abertura dos trabalhos do ano legislativo no Brasil remonta ao período imperial, quando era conhecido como Fala do Trono, e foi inaugurado por Dom Pedro I, em 1823. Naquele tempo, o monarca comparecia ao Palácio Conde dos Arcos, a sede do Senado, no Rio de Janeiro (RJ), deixando claro o que esperava dos senadores e deputados naquele ano.

No período republicano, a tradição anual de remeter a mensagem presidencial ao Congresso foi iniciada em 1890, pelo marechal Deodoro da Fonseca, o primeiro presidente.

A tradição é atualmente uma determinação constitucional. A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 57, que o Congresso se reunirá anualmente na capital federal, a partir do dia 2 de fevereiro (ou no dia útil seguinte) para inaugurar a sessão legislativa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado


Sem desoneração prevista para combustíveis em 2024, diesel e gás de cozinha terão alta de imposto

Informação consta no projeto de orçamento para o ano de 2024, e foi confirmada pela Secretaria da Receita Federal. Aumento de impostos ajudará o governo na meta de tentar zerar o rombo das contas públicas no ano que vem, mas terá impacto na inflação.

Por Alexandro Martello, Lais Carregosa, g1 — Brasília

04/12/2023 00h01  Atualizado há 3 horas


A equipe econômica não prevê impostos federais reduzidos sobre combustíveis em 2024. A informação consta na proposta de Orçamento do ano que vem e foi confirmada pela Secretaria da Receita Federal ao g1

https://ea99caa7be723b1642a306cded22eb2c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html

Alguns desses benefícios fiscais já acabaram, como no caso da gasolina, etanol e querosene de aviação. Mas as alíquotas ainda estão reduzidas, até o fim deste ano, para o diesel, biodiesel e para o gás de cozinha (GLP).

Com o fim da desoneração, esses produtos terão impostos elevados elevados no começo de 2024 e, caso isso seja repassado, haverá aumento de preços aos consumidores — com impacto na inflação. 

  • No caso do diesel, o reajuste tende a impactar de uma forma geral os preços da economia, pois o combustível é utilizado no transporte de cargas pelo país, assim como no transporte público. 
  • O aumento da tributação do gás de cozinha, por sua vez, tende a afetar não somente a população de baixa renda, mas também a classe média e os preços cobrados pelos restaurantes.

Em junho deste ano, após o governo federal ter elevado impostos federais sobre gasolina e etanol, a Petrobras anunciou redução do preço da gasolina. 

Lula cobra presidente da Petrobras pela demora na redução de preços dos combustíveis

Lula cobra presidente da Petrobras pela demora na redução de preços dos combustíveis 

https://ea99caa7be723b1642a306cded22eb2c.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html

Aumento de até R$ 2,18

A volta dos impostos federais pode levar ao aumento de até R$ 2,18. Veja os valores para cada combustível, segundo dados do governo, do Instituto Combustível Legal (ICL) e da Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom) : 

  • diesel A: aproximadamente R$ 0,35 por litro;
  • biodiesel: aproximadamente R$ 0,15 por litro;
  • diesel B (mistura do diesel A e biodiesel): aproximadamente R$ 0,33 por litro;
  • gás de cozinha: aproximadamente R$ 2,18 por botijão de 13 Kg.

Redução em 2022

A redução dos impostos federais foi autorizada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022. Com a guerra na Ucrânia, e em na iminência da corrida eleitoral, o governo anterior zerou o PIS/Cofins sobre diesel, gás de cozinha e sobre biodiesel até o fim de 2022. Depois reduziu impostos federais sobre gasolina e etanol também até o final do ano passado. 

A gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve a tributação reduzida no começo deste ano. Entretanto, começou a elevar os impostos federais sobre a gasolina e etanol em fevereiroretomando as alíquotas cheias sobre esses combustíveis em junho de 2023, além de querosene de aviação e GNV. 

Já o aumento do diesel foi faseado ao longo do ano. Os impostos estiveram zerados até julho, quando aumentaram para R$ 0,11 por litro e para R$ 0,13 por litro em outubro. Contudo, a medida provisória que elevava os impostos perdeu a validade sem ser votada no Congresso, o que levou as alíquotas a zero novamente até 31 de dezembro. 

Meio ambiente

Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes, que gastos com armas deveriam ser usados contra fome e mudança climática.

Ele também falou sobre a necessidade de ter uma economia menos dependente de combustíveis fósseis, como diesel e gás de cozinha – que terão aumento de impostos no começo do ano que vem.

“O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos vazios. Precisamos de atitudes e práticas concretas. Quantos líderes mundiais estão de fato comprometidos em salvar o planeta”, questionou Lula, na ocasião. 

Impacto nas contas públicas

O aumento de impostos sobre diesel, gás de cozinha e querosene de aviação a partir de janeiro acontece em meio a um esforço da equipe econômica para tentar zerar o rombo das contas públicas em 2024 – meta que consta na proposta de orçamento do ano que vem. 

Para zerar o déficit fiscal, meta considerada difícil pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o objetivo do governo é de arrecadar R$ 168 bilhões a mais no próximo ano.

O fim desses benefícios já está no cálculo dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para tentar aumentar a arrecadação em 2024. 

A Receita Federal confirmou que a proposta de orçamento de 2024 considera a reoneração dos combustíveis. Ou seja, caso os tributos não subam, a necessidade de aumento de arrecadação extra para tentar zerar a meta fiscal no próximo ano será maior ainda. 

De acordo com a Receita, a redução das alíquotas do PIS e Cofins sobre combustíveis gerou uma perda de arrecadação de R$ 28,7 bilhões nos dez primeiros meses deste ano. 

Além do aumento de impostos sobre diesel, querosene de aviação e GLP, também foram enviadas outras medidas ao Legislativo. São elas: 

Subsídios federais para combustíveis fósseis somam R$ 81 bilhões em 2022, diz estudo

Fonte: G1


Trabalhadores na GM aprovam programa de demissões voluntárias em São José dos Campos

Programa é alternativa aos cortes que a montadora havia feito em outubro

Por Redação RBA

Sind. Met. SJC 

Sind. Met. SJC

Assembleia na porta da fábrica aprovou acordo discutido entre a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos 

São Paulo – Trabalhadores na GM em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista, aprovaram em assembleia a abertura de um programa de demissões voluntárias (PDV). Foi a alternativa após a suspensão das demissões na unidade da General Motors de São José, depois que a Justiça do Trabalho considerou que a empresa não fez, como deveria, negociação prévia com a representação dos trabalhadores. Além disso, um acordo de lay-off (suspensão dos contratos) incluía cláusula de estabilidade no emprego.

O programa – que começa na próxima terça (5) e vai até a outra terça (12) – é aberto a todos os funcionários. E a meta é atingir 830 adesões. 

Em outubro, a GM demitiu 839 funcionários na unidade de São José dos Campos, 300 na fábrica de São Caetano do Sul e 105 de Mogi das Cruzes. O número correspondia a aproximadamente 10% da mão de obra.

Salários adicionais

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José, para trabalhadores que tenham de um a seis anos de fábrica o PDV oferece seis meses de salário, adicional de R$ 15 mil e plano médico por três meses ou R$ 6 mil. A partir de sete anos: cinco meses de salário, um carro Onix Hatch LS ou R$ 85 mil e plano médico por seis meses ou R$ 12 mil.

“Para cada adesão de trabalhador que esteja ativo na fábrica haverá retorno de outro trabalhador que esteja em licença remunerada. Para quem não aderir, haverá estabilidade no emprego até 3 de maio de 2024”, informa ainda o sindicato. Em relação aos 17 dias parados durante a greve, metade deverá ser compensada até junho do ano que vem.

“O sindicato é contra qualquer fechamento de postos de trabalho, mas o PDV já era uma pauta nossa como alternativa às demissões arbitrárias que chegaram a ser feitas pela GM”, afirma o secretário-geral da entidade, Renato Almeida. “O PDV, entretanto, não coloca um ponto final na luta em defesa dos empregos. Estaremos atentos a qualquer movimentação da empresa no sentido de realizar novos cortes.” 

Fonte: REDE BRASIL ATUAL


‘Superar a violência patriarcal’: trabalhadoras rurais de diferentes países apostam em feminismo camponês contra crises do capitalismo

Movimentos da Via Campesina realizaram Assembleia de Mulheres; ‘forma de possuir a terra é patriarcal’, afirmam

Lucas Estanislau

Brasil de Fato | Bogotá (Colômbia) | 

Mulheres denunciaram violência política, patrimonial e contra os corpos – Rafael Stedile/Via Campesina

Em um contexto global marcado pelos efeitos da pandemia da covid-19 e pelo aumento dos conflitos armados, as mulheres no campo sentiram o aumento da violência baseada em gênero. Por isso, centenas de trabalhadoras rurais se reuniram em Bogotá, capital da Colômbia, neste sábado (2), para realizar a 6ª edição da Assembleia Internacional de Mulheres da Via Campesina, plataforma criada em 1993 que reúne as principais organizações de luta no campo.

Os movimentos apontaram as dificuldades a esse grupo social causadas pela “violência contra nossos corpos, a violência política e a violência patrimonial”, que impede o acesso de mulheres a recursos naturais.

Segundo dados da ONU, cerca de 7 em cada 10 mulheres passou por casos de violência doméstica durante a pandemia da covid-19. Para a canadense Nettie Wiebe, professora da Universidade de Saskatchewan e trabalhadora rural, a mulher camponesa sofre de maneira mais acentuada com esse e outros tipos de agressões.

“A forma como a terra tradicionalmente foi possuída é muito patriarcal, então as mulheres que participam da maioria da produção nas áreas rurais enfrentam a violência da falta de recursos. Enquanto elas estão ocupadas em cultivar a terra e alimentar as famílias, elas também enfrentam muita violência de gênero”, afirma.

::Assembleia de jovens camponeses discute acesso à terra e oportunidades para futuras gerações::

Wiebe explica que as campanhas da organizações presentes no evento busca “resolver esse problemas e fazer as pessoas entenderem que essas áreas devem ser seguras para as mulheres e elas devem ter acesso a recursos como terra, água e sementes”.

“No contexto global, o maior problema para as mulheres é o patriarcado. Todas as nossas sociedades, seja no Canadá ou em qualquer outro lugar, ainda são profundamente patriarcais”, diz.

Francisca Rodríguez, presidenta da Associação Nacional de Mulheres Rurais e Indígenas do Chile (ANAMURI), também denuncia o patriarcado como o mais grave elemento de opressão de trabalhadoras do campo e uma das principais estruturas a ser combatida.

“O patriarcado, que sustenta o capitalismo, fez a diferenciação entre nós, é uma prática que nos divide e nos invisibiliza. Essa é uma das mais importantes lutas: visibilizar o papel da mulher e estar nos espaços de tomadas de decisão”, disse.

A ativista também afirma que durante a pandemia do novo coronavírus “tudo recaía nos ombros das mulheres e sentíamos a violência com mais força, havia muita violência doméstica, mas também violências nas formas de nos relacionarmos e não podemos permitir isso”.


Organizações querem visibilizar o papel da mulher no campo / Lucas Estanislau

Unidade no campo

As representantes das distintas organizações presentes também destacar a necessidade de buscar unidade entre os mais variados setores para que o chamado “feminismo camponês” seja discutido e compreendido em outras áreas da sociedade.

Nury Martínez, presidenta da Fensuagro da Colômbia, propôs que os problemas do campo não podem ser resolvidos só com as mulheres, “por isso é importante a unidade entre nós e outros movimentos de outros setores da sociedade para poder avançar”.

::Via campesina: organizações do campo se reúnem na Colômbia para discutir combate à fome::

“A crise humanitária aumentou com a pandemia e isso tem a ver com um sistema que está presente não só na América Latina, é também um problema das guerras no mundo e dos problemas econômicos”, disse.

Os movimentos ainda decidiram manifestar apoios globais como à causa Palestina e ampliar os mecanismos para a construção de economias feministas, que visam liberar trabalhadoras de situações de dependência.

Fonte:BRASIL DE FATO


Oposição na Câmara resiste a projeto da moderação dos Poderes 

Deputados falam em “retrocesso” na comparação com a PEC aprovada no Senado; reunião para discutir limite dos poderes do STF foi marcada para a próxima terça-feira Plenário da Câmara dos DeputadosPlenário da Câmara dos Deputados 20/12/2022REUTERS/Adriano Machado 

Deputados da oposição ainda avaliam posicionamento sobre o chamado “PL da moderação dos Poderes”. O texto tem sido tratado como uma alternativa à proposta aprovada no Senado que limita as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

O projeto de lei da Câmara — apresentado em julho pelo deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) — é considerado mais brando na comparação com o projeto aprovado pelos senadores há duas semanas

O líder do PL na Câmara, Altineu Cortês (PL-RJ), afirmou à CNN que o tema será tratado em reunião marcada para esta terça-feira (5). Alguns deputados, no entanto, já avisaram que não vão aceitar o que chamaram de “retrocesso” em relação à PEC aprovada pelos senadores

Pela proposta em discussão na Câmara, somente partidos que alcançarem a cláusula de desempenho nas eleições manteriam o direito a propor ações de controle concentrado de constitucionalidade. Hoje, todos os partidos com representação no Congresso podem acionar o Supremo.

Sobre decisões monocráticas, o texto restringe as decisões a casos de “extrema urgência, perigo de lesão grave e excepcional interesse social” durante o recesso do Judiciário. Ou seja, modera, mas, não impede que decisões individuais sejam tomadas em situações excepcionais.

Já a PEC do Senado proíbe que um ministro do STF decida pela suspensão dos efeitos de uma lei.

Fator Lira

Com o aval de Arthur Lira (PP-AL), o relator do projeto de lei de moderação dos poderes, deputado Alex Manente (Cidadania-SP), vai negociar um acordo para a oposição apoiar o projeto de lei da moderação entre os poderes.

Segundo apuração da âncora Raquel Landim, o parlamentar inicia uma série de conversas na semana que vem com deputados de diferentes partidos para pautar e aprovar o projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no dia 12.

Segundo apurou a CNN, o projeto de lei da moderação dos poderes tem apoio dos ministros da Corte, que o definem como mais “razoável” do que foi aprovado no Senado.

Fonte: CNN BRASIL


Comissão aprova desconto no Imposto de Renda para empresas que incentivem programas de saúde mental

Desconto não poderá exceder a 5% do valor devido; projeto de lei segue em análise na Câmara dos DeputadosCompartilheVersão para impressão

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Discussão e votação de propostas. Dep. Dr. Francisco (PT - PI)

Dr. Francisco: programas de saúde mental no trabalho aliviam demanda no SUS

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2364/23, que concede desconto no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) às empresas tributadas com base no lucro real que adotarem programas de saúde mental no ambiente de trabalho.

Pela proposta, de autoria dos deputados Amom Mandel (Cidadania-AM) e Flávia Morais (PDT-GO), a empresa poderá deduzir em dobro do IRPJ o valor gasto com ações que promovam a saúde mental dos funcionários. Esse desconto não poderá exceder a 5% do imposto devido.

Pela legislação atual, são empresas tributadas pelo lucro real as de capital aberto, as que tenham sócio ou acionista residente no exterior, as que tenham a participação da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou municipal, entre outras.

Apoio
O relator, deputado Dr. Francisco (PT-PI), defendeu a aprovação do texto. “As iniciativas das empresas contribuem para a redução do estigma associado aos transtornos mentais, pois encorajam os indivíduos a buscarem ajuda sem receios”, disse.

“Os programas de saúde mental no ambiente de trabalho ajudam a aliviar a demanda sobre os serviços públicos de saúde, que passam a poder se concentrar em questões mais complexas e urgentes”, completou o parlamentar.

Se virar lei, o benefício fiscal será válido por cinco anos.

Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara de Notícias